O fracasso do imperador
Por Betto Ferreira Muito se discute hoje os desmandos da educação escolar. Mas, a meu ver, entre outras coisas, para que toda educação e/ou ensinamento surtam o efeito esperado é preciso, antes de tudo, que o outro acredite ou esteja predisposto a acreditar naquilo que temos a ensinar. Caso contrário, a intenção de educar/ensinar cai no abismo da escuridão, junto com toda a nossa ilusão de (in)competência que nos foi conferida pela sociedade. Em O clube do Imperador o professor de História, Willian Hundert, tenta a todo custo estimular um aluno ao gosto pelos estudos a fim de faze-lo um Sr Júlio Cesar*. Como não conseguiu mudar o que fora plantado no início da formação do caráter do aluno e com isso, quem sabe, transformar o seu destino, o professor se sentiu um profissional fracassado. O drama do professor é, na verdade, uma metáfora do drama de todos nós, professores do chamado mundo moderno, que, por pressão da sociedade ou por ilusão da profissão, sente-se na obrigação de i